terça-feira, 8 de maio de 2012


                                   TOME BOLSA E HAJA SACO!
Nada tenho contra os programas sociais do governo, pelo contrário, acho que todas as ações desenvolvidas para amparar as camadas mais carentes da população são bem vindas, mas tenho a completa compreensão que algumas delas são paliativas, pirulitos com calmante que confortam temporariamente, mas não resolvem nada de fato.
 Agir de forma conseqüente seria oferecer a essa mesma população um sistema público de saúde ágil e eficiente. Chega ser cruel e desumano o atendimento dispensado ao pobre que tem o azar de adoecer de repente. Consultas só com hora marcada, muitas vezes com até mais de trinta dias de antecipação, como se doença pudesse esperar. Em casos mais graves o que se observa são pacientes colocados em macas improvisadas nos corredores dos hospitais e pronto socorros, e a equipe de atendimento, médicos e enfermeiros, forçados pelas circunstâncias a sortearem quem vive e quem morre devido a falta de leitos disponíveis nas UTIs.
Investir uma maior parcela do orçamento para melhorar a qualidade do ensino na escola pública, seria uma forma coerente de aplicar os recursos públicos. É preciso acabar com essa brincadeira em que o professor faz de conta que ensina e o aluno faz de conta que aprende. Há que se acabar com a falta de respeito em sala de aula assegurando aos mestres o direito de reprovar quem não tem competência para passar de ano e punir os indisciplinados, sem receio de represálias.
O currículo escolar do ensino médio e superior precisa conter matérias cujo conteúdo relacione-se a opção profissional do aluno. Ao aluno que pretende seguir engenharia o que interessa saber qual o maior osso do corpo humano? E ao que vai fazer Direito, para que serve saber como localizar o Delta  ou qual o valor do Pi? É preciso deletar do currículo escolar todo entulho que não tem serventia na vida prática, só contribuindo com a formação da chamada cultura inútil.
A propósito desse assunto, uma funcionária minha que está se preparando para o curso de Direito, me perguntou se eu sabia onde ficava o tal do Delta e qual o valor do Pi, pois o seu colégio havia  passado  uma tarefa para casa e o tema era esse. Ocorre que ela e sua equipe não haviam feito o trabalho por falta de conhecimento do assunto. Achando o trabalho despropositado e como também não  sabia resolver o problema, disse-lhe: Fala para o professor que o Delta não foi encontrado porque esta há cinco dias desaparecido, provavelmente, perambulando pelos botequins da vida com a cara enfiada na cachaça e o Pi esse é um sujeito debochado que não vale nada. É um caloteiro safado; não
paga nem promessa a santo. Essas bobagens foram ditas com o propósito de adocicar o amargor de parte dos sérios problemas aqui tratados, mas vamos ao cerne da questão que quero abordar nesse modesto artigo. Refiro-me a proliferação de bolsas, sacolas e outros instrumentos que o governo tem utilizado com o discurso de que é para minorar o sofrimento dos mais carentes.
Tudo balela, tudo engodo e em alguns casos até mesmo uma injustiça social. Como explicar a existência da bolsa-reclusão em que o detento recebe   mais de setecentos reais por mês, sem falar que na cadeia ele terá casa e comida pagas com o dinheiro do contribuinte? Conseguiram demonstrar na prática que o crime compensa. Dá para explicar?
Existe um incontável numero de outros “benefícios sociais” que se multiplicam numa velocidade semelhante à reprodução dos ratos, e que só tem servido para incentivar o crescimento populacional, cultuar a preguiça e contribuir para a falta de mão de obra em vários setores da atividade econômica. Essa proliferação desenfreada tem como objetivo primeiro e último a manutenção de um curral eleitoral cada vez mais dependente do governo, portanto, a seu serviço, pois em nada faz crescer a dignidade humana, conseguida somente por aqueles que viabilizam o seu sustento com o suor do próprio rosto.
Em vez de esmolas, ofereçam emprego para que tenhamos um país mais próspero e um povo de respeito. Os que trabalham e  produzem riquezas para o progresso do país, exigem o fim dessa farra desenfreada com o dinheiro público , porque não suportam mais  a alta carga tributária cada dia alimentada  de forma  insana e irresponsável com o exercício do  tome bolsa e haja saco!
Dauro Braga
04/05/2012
daurobraga@hotmail.com

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