A PÁTRIA É MÃE, NÃO É MADRASTA

Fico imaginando como ficaria o mundo se todas as mães resolvessem abominar seus filhos deixando-os a mercê da própria sorte, não os protegendo nos momentos difíceis de suas vidas e ainda, assistindo impassíveis e acovardadas as investidas do inimigo contra sua prole, sem esboçar qualquer reação. Uma situação dessas é improvável, sendo apenas admissível como fruto da minha imaginação, não havendo a mínima possibilidade  de se concretizar , porque não há força capaz de destruir o  amor de mãe. Ele é construído e sedimentado no solo consistente do coração e a argamassa de seu alicerce é maturada durante os nove meses da gestação. Ainda bem, porque se assim não fosse,  seria o princípio do fim de todas as coisas .

A mesma relação de amor deveria existir entre a mãe pátria e os seus filhos, porem, como essa relação abstrata se encontrava assentada em bases frágeis, o edifício do patriotismo ruiu, levando de roldão todos os valores inerentes a moral, o orgulho e o amor a pátria.

 Esse cataclisma social se materializou, porque renegamos a segundo plano o culto ao civismo deixando de ensinar aos nossos filhos as regras da moral e cívica. Olvidamos o Hino Nacional e  passamos a reverenciar a bandeira brasileira sòmente nos jogos de futebol da copa do mundo quando poderíamos fazê-lo  em várias outras ocasiões festivas ; esquecemos de exercitar com total abnegação a disciplina; exigimos nossos direitos mas deixamos a visão se alongar dos nossos deveres;apagamos de nossa memória as grandes lições e os bons exemplos deixados por nossos antepassados. Cometemos todos esses delitos com medo de represálias por parte dos falsos brasileiros que achavam ser essas manifestações cívicas puro histerismo de milico .

Desprovido dos sentimentos do orgulho e do amor a Pátria, o povo  perdeu a sua capacidade de reação e foi transformado  em objeto de fácil manobra .Tanto é assim que, assiste inerte, com o olhar indiferente de um cego, o passar da carruagem dos corruptos levando em seu bojo os recursos públicos surrupiado dos cofres da nação, sem esboçar qualquer sentimento de repulsa, e ainda, aplaude entusiasticamente, a execução da ópera do desgoverno, regida pelos maestros do poder. 

O abandono que a pátria tem legado aos seus filhos, ficou para mim evidenciado,quando denunciei as autoridades brasileiras os atos de vandalismo a que eu, minha família e amigos sofremos nas  mãos de policiais bandidos da Venezuela, sem que qualquer autoridade quisesse se manifestar sobre o assunto..  

O Brasil não deve permitir que atrocidades sejam cometidas contra seus filhos e coibir com ações enérgicas como o faz agora com a Espanha, os vexames e humilhações a que somos submetidos quando  viajamos para algumas nações. São tantas as exigências impostas aos turistas brasileiros  por alguns países  que, chegou a hora do "olho por olho, dente por dente" para com os povos que nos tratam de forma discriminatória.

Não devemos permitir que o patrimônio nacional seja confiscado por qualquer nação como o foi num passado ainda recente o caso da Petrobrás que, teve suas instalações tomadas de assalto por tropas da Bolívia e desapropriadas pelo governo daquele país, num total desrespeito aos contratos vigentes. Uma construtora brasileira no Equador, também viu seus créditos e bens patrimoniais serem apropriados indevidamente. Não podemos ceder a pressões de países que desconhecem a mais elementar regra do direito internacional e permitir que, cláusulas contratuais em pleno vigor,sejam modificadas intempestivamente por imposição unilateral, como foi o de fornecimento de gás com a Bolívia e  o de energia elétrica  com o Paraguai.

Não pregamos a beligerância, mas também, não podemos concordar com o conformismo do Brasil diante de pressões de qualquer natureza, venham de onde vier, principalmente, das republiquetas dirigidas por truculentos ditadores . Somos uma grande nação e um grande povo. Não temos porque tolerar essas ações despropositais e fugir do campo da disputa com o rabo entre as pernas, tal  qual, cachorro vira-latas.

A nação americana deu ao mundo um exemplo de amor a seus filhos no episódio da queda do avião da Gool que matou mais de cem brasileiros. Mesmo os tripulantes do avião causador do acidente terem sido considerados culpados e condenados pela justiça brasileira, a pátria não os abandonou, pelo contrário, acolheu-os em seus braços, e lá, nenhum besta irá lhes incomodar, porque lá ," a pátria é mãe , não é madrasta".

Dauro Braga

(daurobraga@hotmail.com

04/04/2012